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Mostrando postagens de março, 2011

A história da mulher que gosta de cafajeste

Menina nem te conto O que aconteceu comigo Conheci um cara ontem Me senti no tempo antigo Só falava em casar, ter filho Ser pra mim um bom marido Larga mão de ser chata Homem assim é bom também Não digo que não enjoa Mas que mal nisso tem Você se casa com ele Segura o homem e tem neném Eu não quero isso pra mim Homem assim eu tô passando Quero um que saia comigo Que eu sinta que tô gamando E quando eu menos esperar Por ele vou tá chorando Você tá ficando louca Homem assim é que não presta Faz a mulher se apaixonar E depois desembesta A arrumar outras na rua E enfeitar a nossa testa Prefiro viver assim Porque gosto de aventura Homem todo amalucado Deixa a gente mais madura É jantar, cinema e sexo Tudo na maior fartura Mas o homem pra marido Faz muito bem pra gente Além de ser fiel Pode fazer diferente Basta a gente ensinar Ele entender a nossa mente De trabalho eu tô cansada Não quero nada ensinar Prefiro um cafajeste Que de mim saiba cuidar

A PELEJA DO CASAL TEIMOSO

AGENOR Mulher me diga logo Deixe de fazer segredo O que vai na sua cabeça, boca, pé e ponta dos dedo Que diacho de amigo é esse Que só de ver já me dá medo O cabra tem cara feia Jeitão de poucos amigos Me olha meio de lado Que dá até frio no umbigo O povo já tá falando Que o negócio dele é contigo   ROSA Não tenho segredo nenhum Você é teimoso, que é danado O cabra que você fala Gosta de coronel a soldado Eu já disse e repito Ele quebra a mão pro lado   AGENOR Pois isso é muito estranho Porque você tá mudada Não quer saber de namorar E não damos mais risada Porque não admite logo Que me bota chifrada ROSA Assim você me ofende Isso já é baixo jogo Agora eu não tenho culpa Se tá acabando o seu fogo Eu tô tinindo e mais magra E você, candidato a Viagra Mas não se preocupe não Não sou de meia banda Que na hora H foge Nem espera ver se abranda Mas se demorar muito Já vou dizendo: a fila anda!   AGENOR Tá

MARIDO NÃO CONTA

Luíza e Romeu não se cansam de visitar o Pelourinho, em Salvador. Adoram o clima diversificado e afro do lugar. Naquela tarde, estavam apreciando, pela enésima vez, a Casa de Jorge Amado, um dos pontos turísticos mais visitados da região. Sempre passavam férias na Bahia. Luíza, encantada como sempre, andava de um lado para o outro da casa. Já tinha lido várias obras do escritor e o fato de estar ali era como se tivesse mais perto dele e de toda a aura literária envolvente em suas obras. Pairavam no ambiente a altivez de Tieta, a brejeirice sedutora de Gabriela Cravo e Canela, a liberdade de Dona Flor e Seus Dois Maridos, enfim, parecia que os personagens estavam também ali, a receber Luíza. Enquanto ela tirava fotos e se embebia do clima do lugar, Romeu se entretinha com um painel sobre os orixás. Era novidade na casa. Canceriano, descobriu que Iemanjá e Nanã são os regentes do seu signo. São orixás protetores, dominadores e que prezam muito pelos filhos. Também guardam mágoas, princi

QUANDO O AMOR SE TRANSFORMA EM BOM DIA

O relógio despertou às seis da manhã. Como sempre, Josué já estava acordado, só esperando a autorização do rádio-relógio para levantar. Um ritual. Necessário e fisiológico. Levantar após o toque das seis horas. Passou o café, fritou ovos com bacon, pão. Comeu mecanicamente. Sete minutos. Foi tomar banho. Seis minutos. Ao sair do banho, encontrou Lúcia na cozinha. 'Bom dia!', disse ele. 'Oi! Já tomou café?', perguntou ela. 'Já. Hoje tenho uma reunião mais cedo. Tô correndo'. Respondeu ele. Ela já sabia que ele tinha tomado café. A louça suja denunciava. Ele não tinha reunião nenhuma mais cedo. Apenas uma desculpa. Apenas para ter o que falar e sair daquela conversa incômoda. JOSUÉ Um alívio quando entrou no carro e girou a chave. Metaforicamente, parecia a chave para uma libertação. Sair de casa era sair de um inferno. Um inferno sem fogo. Um inferno morno. Que não incomodava mais. O prazer já tinha ido embora há muito tempo. Tinha dado lugar ao dever. À rot