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Mostrando postagens de junho, 2011

José, um homem de fé

José tava de dar dó Sol quente na moleira Na garganta, aquele nó Capinando e pensando Onde estará a minha Filó? Filomena é o nome Da esposa de José Que arrumou outro homem E do sítio deu no pé Mesmo levando o fora Sendo por ela humilhado Virando motivo de chacota José gritou 'tão perdoado' Mas Filó já estava longe Na charrete do amante Nem escutou o apelo Do marido vacilante E então José passou A levar a vida à toa Capinava no sítio Fizesse sol ou garoa Na esperança de um dia Filomena retornar E dizer: 'voltei, José' Ao regaço do nosso lar Mas já diz o ditado Quem come se lambuza E Filomena tem olhos De invejar a Medusa O amante é homem bonito Rico, inteligente e educado Que mulher não o preferiria A um marido aloprado? Quando Filó bateu o olho No seu futuro affair Pensou 'é com esse!' Que daqui eu dou no pé José nem desconfiava Da tempestade que se formava Só tinha olhos pro sítio E pros bois que comprava

ADÃO E EVA

Estava Adão lá, deitado, refestelado embaixo de uma... de uma.. bom, uma coisa grande e com cabelos verdes. Ele não tinha nomeado ainda. Assim como muitas coisas naquele lugar faltavam serem chamadas por um nome. Bichos que voam, bichos que mordem, bichos que picam... bichos que pulam entre as coisas grandes com cabelos verdes.. e por aí vai. Eva já estava perdendo a paciência: - Levanta daí! Faz seis meses que a gente tá aqui e você ainda não começou a trabalhar! - Calma, Eva! Pra tudo tem tempo. Nosso Pai não descansou no sétimo dia? - Sim! Ele descansou um dia só. E você já está assim há meses! - Mas é que eu não sou como o Nosso Pai. Ele só precisou de um dia, já eu... - Tá! Conta outra! Olha aqui, eu não sei o nome disso, mas acho que isso que você tá fazendo é muito feio! Parece que tá doente sem estar, fica aí parado, vendo o nada acontecer! - Ai, Eva! Não amola! Vai bater papo com a sua amiga lá vai! - É? Minha amiga? Ela é uma víbora, não presta, só dá conselho r

Na web e no café

Naquele dia Juliana estava decidida a tirar a prova dos nove. Chegou mais cedo da faculdade e sentou-se em frente ao notebook. Tão estranho estar atraída por um cara que nem conhecia. Ou melhor, conhecia, mas só virtualmente. Não via o seu rosto. Combinaram de não se mostrar um ao outro. Ju diz: oi, vc está aí? Carlos diz: oi! tava te esperando! Ju diz: sabe, hoje eu acordei meio mal. é que eu estou com um pouco de remorso. acho que não estou sendo certa com o otávio Carlos diz: mas vc disse que estão em crise e... Ju diz: eu sei, mas não gosto de trair Carlos diz: mas a gente não está fazendo nada Ju diz: é. ainda não, mas confesso que estou morrendo de vontade de te conhecer pessoalmente Carlos diz: eu também, princesa, quero ver vc, tocar vc, sentir o seu cheiro... quero tudo com vc Ju diz: você é tão romântico! adoro isso. faz tempo que não me dizem isso Carlos diz: se depender de mim vai ouvir sempre Ju diz: eu e otávio estamos casados há cinco ano

No avião

Pense num troço ruim Que é viajar de avião Quando aquele bicho grande Levanta voo eu levanto a mão E peço pra Deus do céu Tomar conta da situação Porque nesse piloto Ninguém confia não Certa vez numa viagem Que fiz pra o Rio de Janeiro Tomei calmante e chá Pra quando naquele negócio entrar Já de olho meio vesgueiro Pegar logo no sono E desligar o voo inteiro Mas não é que o efeito Que deu foi errado Em vez de dormir, vejam só Eu fiquei foi acordado Escutando até o ronco De quem de longe de mim estava Imagine do meu lado Que era perto da asa? Sentou-se junto uma mulher Pra meu azar completar Que falava pelos cotovelos Nem parecia respirar E o pior é que ela dizia Ai meu Deus, Virgem Maria! Guarde a minha alma no céu Caso esse negócio enguice E eu morra só na agonia Eu já estava era nervoso Com aquela falação E quando o piloto anunciou Piorou muito a situação Ele disse que ia passar Por uma área de turbulência E o meu coração passou A aumentar a frequência A mulher se pegou co