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Mostrando postagens de setembro, 2011

Reflexões de um poeta

O que do mundo é vagaroso? A vida se mexe devagar A alma se mexe devagar Devagar o ser se forma Tempestades destroem em segundos Mas levam um tempo para nascer Dos oceanos mais profundos As piores são as dos nosso ser Não sabemos quando uma delas De nós vai se apoderar Mas podemos aprender Como as dores evitar A vida é um oceano De acontecimentos e redemoinhos Mal sabe o nosso olho O que faz o vizinho Na calada da noite As situações são vividas E muita gente consuma O prazer de uma vida dividida Viver com o outro é um desafio Que nos bate à porta todos os dias Imagine o que é vivenciar Essa situação em dose dupla? Nunca podemos dizer Que desse rio nos desviaremos Porque o destino é especialista Em nos pregar controversas peças Qual a saída, então Para colhermos os frutos bons Diria que não existe fórmula pronta Nem segredo revelado Mas pergunte a qualquer poeta O que ele faria se isso lhe fosse perguntado Sobre as agruras do amor Um p

Amigo é pra essas coisas

Dois amigos se encontraram após longa data distantes. Essas coisas de amizade fina de colégio, mas que esfria com a distância provocada pelos afazeres pós segundo grau. Trabalho, estágio, curso de inglês... tudo afasta-nos das amizades feitas na época de escola. Mas estavam eles ali, dez anos depois, a conversarem numa mesa de bar, bebendo cerveja e petiscando arrumadinho de carne de sol. José e Maurício. Eram unha e carne os dois. E reviviam os tempos em que só tinham uma obrigação: estudar. E nem essa obrigação cumpriam direito, mas, no final, tudo deu certo, mesmo que em doses diferentes, para os dois. - Quanto tempo, Maurício! Você está elegante, bonito, parece até rico! - Que nada, José. É que não costumo pegar muito sol... - Mas você parece bem cuidado. Arrumou uma mulher dedicada? Um emprego bom? Salário bom? - Acho que um pouquinho de cada coisa... - Tá vendo? Sabia que um mauricinho mesmo que tardiamente! - Queria eu! Muitas obrigações. Casamento dá muita despesa.

Me salva, Marieta!

Na Receita Federal Minha situação é complicada Estou na malha fina Devendo uma grana danada Mas eis que um anjo aparece Simples assim, do nada O nome dela é Marieta Eu estou na sua mão Só ela vai me salvar Das garras do Leão Vai parcelar o meu débito E ainda me dar crédito Dessa eu não largo não Quando Marieta jogou O meu nome no sistema Fez uma cara de espanto Olhou pra mim com muita pena Disse: Vixe Maria, homem! Comece a rezar uma novena Depois ela riu bastante Eita moça arretada Disse, fica frio meu bichinho Que eu já tô acostumada A dar nó em pingo d’água E achar agulha empalhada E Marieta começou As minhas contas a fazer Cortou aqui, esticou ali Nem eu estava a crer Que o Leão da Receita Não ia me morder Depois de muito calcular Marieta somou Todo o débito que eu tinha Duzentos reais, doutor! Eu até me alegrei Mas logo ela me esfriou Eu disse duzentos reais Mas isso é a parcela O que eu consegui Foi uma “bagatela” Sessenta de

Marido perfeito? Desconfie!

Quando falo do meu marido Para as minhas amigas Todas morrem de inveja Ficam a fazer intrigas Mas fazer o quê se o Carlinhos É a minha beldade Gentileza tem de sobra E adora minha vaidade Vive me dando presentinhos E espalha que me ama Por toda a cidade Certa vez estávamos nós No aniversário de um amigo Quando apareceu uma piriguete E colou no meu marido Ela ficou se oferecendo Com uma conversa de baixo nível Mas acabou levando um fora Da pior forma possível O meu marido me chamou E à piriguete me apresentou Disse, meu benzinho Essa mulher me assediou E, ao invés de ficar brava Dei uma gostosa risada Disse para a talzinha Se manca e vaza! Outra vez foi por telefone Que meu marido levou uma cantada De uma admiradora dele Que se dizia apaixonada Rindo ele me chamou E disse para a infeliz Que ia passar o telefone Para uma caçadora de atriz Que ia dar a ela Um belo papel de meretriz Minhas amigas não acreditam Que eu tenho um casamento assim Mas quem é que não queria Ser no amor igua