O pequeno Juliano estava a cismar embaixo do pé de jabuticaba do sítio de seus avós. Gostava disso o pequeno Juliano. Pensava mil coisas: em brinquedos novos, em acordar cedo e tomar banho para começar bem o dia, em estudar todos os dias e não acumular as tarefas da escola. Juliano pensava até quando tivesse uma namorada. Estava com oito anos Juliano, mas já planejava como ia ser quando fosse namorado de alguma menina. 'Vou ter que andar sempre arrumado. As meninas são tão arrumadas!', refletia. Mas naquele final de tarde de domingo, dia bucólico, ainda mais bucólico porque ameaçava chover, estava Juliano pensando em algo incomum: cadáver. Isso mesmo, o tema dos pensamentos de Juliano era "cadáver". Mas não um cadáver específico e, sim, o cadáver de uma maneira geral. O cadáver enquanto ser existencial no planeta Terra. Juliano estava intrigado com o fato de todos nós virarmos um cadáver e falava com o pé de jabuticaba, o qual ele chamava de Macabéa: - Engraçado, ...