Sara abriu aquela caixa na maior inocência. Nunca imaginava que o conteúdo daquele recipiente fosse influenciar tanto a sua vida. Era uma sexta-feira, final de tarde, lá pelas quatro e meia, quando o carteiro tocou a campainha:
- CORREIO! - Gritou o homem.
Sara saiu e recebeu o pacote. Entrou em casa como uma criança tivessse recebido um presente. Aquela caixa, mandada via Sedex, estava endereçada a ela. Fazia pelo menos uns dez anos que Sara não recebia uma encomenda especial assim. Foi abrindo. Antes de livrar a caixa do papel de embrulho, Josemar, seu marido, chega do trabalho:
- Oi amor! Tudo bem? - Disse ele, dando-lhe um beijo, como sempre.
- Tudo! Olha só o que mandaram para mim!
- O que é isso?
- Não sei! Vamos saber agora! Veio por Sedex, o carteiro trouxe aqui ainda agora.
Josemar olhou a caixa e viu o endereço do remetente:
- Paraná? - Estranhou ele.
- Pois é, do Paraná! Não tem o nome de ninguém, só caixa postal. Vai ver é alguma propaganda!
- Acho melhor você não abrir! Pode ser perigoso! - Assustou-se Josemar.
- Perigoso? Mas perigoso por quê?
- Sei lá! De repente é alguma bomba, um atentado!
- Que atentado, Josemar! E eu lá sou gente importante pra mandarem uma bomba pra mim?
- Me dá aqui essa caixa! - Tomou Josemar, bruscamente, para a revolta da esposa.
- O que é isso? Você tá louco!? Me dá a caixa, é pra mim! Você não sabe que violar correspondência alheia é crime?
- Mas eu quero é lhe proteger, evitar uma tragédia!
- Que tragédia, que nada! Tragédia você vai ver se não me devolver a caixa! Deixa disso, vai! Me dá logo isso!
A muito custo, Josemar entregou a caixa a Sara que, mesmo contrariada, foi abrindo pacote. Surpreendeu-se. Eram cartas, muitas cartas com corações desenhados, marcas de beijo...Sara começou a ler uma delas:
'Josemar, eu sei que nunca mais vamos nos ver. Quero que saiba de uma coisa: não faria isso se não o amasse. Sua esposa não merece você. Eu, sim, sei exatamente do que você precisa...'. Sara parou de ler e olhou para o marido, olhos intumescidos de raiva:
- Você tem uma amante no Paraná?
- Não! Pelo amor de Deus, não! - Gritou Josemar, descontrolando-se.
- Então o que são essas cartas? - Perguntou Sara, com uma calma aterrorizante.
- Meu amor, veja se você me entende. É que você é muito segura de si e eu me sentia um nada!
- Como assim?
- Isso mesmo! Eu me sentia um Zé ninguém. Então, naquele ano que eu trabalhei no Paraná, lembra? Quando eu passei seis meses lá?
- Lembro?
- Pois é, apareceu uma matutinha e eu precisava dela para me sentir seguro, sabe?
- Humm!
- Foi só isso! Nunca mais eu mantive contato com ela, eu juro!
- Bom saber!
- Você está com raiva?
- Não. Eu também me senti insegura com você uma vez...
- CORREIO! - Gritou o homem.
Sara saiu e recebeu o pacote. Entrou em casa como uma criança tivessse recebido um presente. Aquela caixa, mandada via Sedex, estava endereçada a ela. Fazia pelo menos uns dez anos que Sara não recebia uma encomenda especial assim. Foi abrindo. Antes de livrar a caixa do papel de embrulho, Josemar, seu marido, chega do trabalho:
- Oi amor! Tudo bem? - Disse ele, dando-lhe um beijo, como sempre.
- Tudo! Olha só o que mandaram para mim!
- O que é isso?
- Não sei! Vamos saber agora! Veio por Sedex, o carteiro trouxe aqui ainda agora.
Josemar olhou a caixa e viu o endereço do remetente:
- Paraná? - Estranhou ele.
- Pois é, do Paraná! Não tem o nome de ninguém, só caixa postal. Vai ver é alguma propaganda!
- Acho melhor você não abrir! Pode ser perigoso! - Assustou-se Josemar.
- Perigoso? Mas perigoso por quê?
- Sei lá! De repente é alguma bomba, um atentado!
- Que atentado, Josemar! E eu lá sou gente importante pra mandarem uma bomba pra mim?
- Me dá aqui essa caixa! - Tomou Josemar, bruscamente, para a revolta da esposa.
- O que é isso? Você tá louco!? Me dá a caixa, é pra mim! Você não sabe que violar correspondência alheia é crime?
- Mas eu quero é lhe proteger, evitar uma tragédia!
- Que tragédia, que nada! Tragédia você vai ver se não me devolver a caixa! Deixa disso, vai! Me dá logo isso!
A muito custo, Josemar entregou a caixa a Sara que, mesmo contrariada, foi abrindo pacote. Surpreendeu-se. Eram cartas, muitas cartas com corações desenhados, marcas de beijo...Sara começou a ler uma delas:
'Josemar, eu sei que nunca mais vamos nos ver. Quero que saiba de uma coisa: não faria isso se não o amasse. Sua esposa não merece você. Eu, sim, sei exatamente do que você precisa...'. Sara parou de ler e olhou para o marido, olhos intumescidos de raiva:
- Você tem uma amante no Paraná?
- Não! Pelo amor de Deus, não! - Gritou Josemar, descontrolando-se.
- Então o que são essas cartas? - Perguntou Sara, com uma calma aterrorizante.
- Meu amor, veja se você me entende. É que você é muito segura de si e eu me sentia um nada!
- Como assim?
- Isso mesmo! Eu me sentia um Zé ninguém. Então, naquele ano que eu trabalhei no Paraná, lembra? Quando eu passei seis meses lá?
- Lembro?
- Pois é, apareceu uma matutinha e eu precisava dela para me sentir seguro, sabe?
- Humm!
- Foi só isso! Nunca mais eu mantive contato com ela, eu juro!
- Bom saber!
- Você está com raiva?
- Não. Eu também me senti insegura com você uma vez...
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