Algo de novo aconteceu, percebia José. Ele não sabia o que ao certo, mas ela estava diferente. Madalena, sua esposa, não era a mesma. Afinal, ela nunca chegava do trabalho depois de José. Seu expediente era menor, seis horas, na digitação em um laboratório. Saía às quatro da tarde. José largava às seis. Mas havia um tempo já que Madalena só aparecia lá pelas oito da noite. "Hora-extra", dizia ela, sempre comentando a enxurrada de laudos que tinha digitado no dia.
No começo, José acreditava. Quando os atrasos se tornaram rotina, passou a desconfiar, mas tinha medo de perguntar. A desconfiança ia consumindo-o por dentro. E essa desconfiança tinha se transformado em pesadelos. Todas as noites tinha um, sempre com o mesmo roteiro. Madalena, fazendo jus ao estereótipo do nome, pecava.
José entrava em casa sorrateiro, ouvindo barulhos estranhos vindo do quarto. Ora eram gemidos, ora eram gritos abafados como que por um travesseiro. José sentiu um gelo na barriga, o coração descompassado, boca seca, nervos à flor da pele. Andou que nem sentiu os pés no chão. Abriu a porta do quarto devagarinho e viu Madalena e um outro na cama, um outro que não era ele. Gritou, gritou muito e, de repente, estava ele lá, na cama, suado, com Madalena tentando acordá-lo: 'José! José! Homem! Você está sonhando!', dizia Madalena, agitando-o para ver se ele voltava a si.
Era assim quase todas as noites. Madalena, por sua vez, já estava ficando preocupada. Achava que o marido estava perdendo o juízo. Acordar no meio da noite, gritando que nem um louco, todos os dias, para ela já estava ficando demais. Resolveu procurar ajuda. Uma amiga tinha lhe indicado um terapeuta, mas alertou: 'Só vai servir se o seu marido quiser fazer terapia. Se ele não aceitar, nem insista'. Madalena queria arriscar. Sabia que José nunca foi afeito a terapia, psicologia, mas ela tinha que tentar alguma solução.
E a solução veio, embora Madalena nunca vá descobrir como. Certo dia, ao chegar em casa, José se depara com Madalena na sala, conversando com um homem. O estranho aparentava uns cinquenta anos, grisalho, alto. José, imediatamente, ligou a pessoa aos pesadelos. Sem raciocinar, começou a gritar, gritar que nem um desvairado. O homem, que era o terapeuta, conseguiu dominá-lo e sentou-o no sofá:
- Agora precisamos conversar - disse o homem - tenha calma, eu estou aqui para ajudá-lo!
- Desde que você não perturbe mais meu sono, pode ficar com a minha mulher! - Disse José, com os olhos esbugalhados.
No começo, José acreditava. Quando os atrasos se tornaram rotina, passou a desconfiar, mas tinha medo de perguntar. A desconfiança ia consumindo-o por dentro. E essa desconfiança tinha se transformado em pesadelos. Todas as noites tinha um, sempre com o mesmo roteiro. Madalena, fazendo jus ao estereótipo do nome, pecava.
José entrava em casa sorrateiro, ouvindo barulhos estranhos vindo do quarto. Ora eram gemidos, ora eram gritos abafados como que por um travesseiro. José sentiu um gelo na barriga, o coração descompassado, boca seca, nervos à flor da pele. Andou que nem sentiu os pés no chão. Abriu a porta do quarto devagarinho e viu Madalena e um outro na cama, um outro que não era ele. Gritou, gritou muito e, de repente, estava ele lá, na cama, suado, com Madalena tentando acordá-lo: 'José! José! Homem! Você está sonhando!', dizia Madalena, agitando-o para ver se ele voltava a si.
Era assim quase todas as noites. Madalena, por sua vez, já estava ficando preocupada. Achava que o marido estava perdendo o juízo. Acordar no meio da noite, gritando que nem um louco, todos os dias, para ela já estava ficando demais. Resolveu procurar ajuda. Uma amiga tinha lhe indicado um terapeuta, mas alertou: 'Só vai servir se o seu marido quiser fazer terapia. Se ele não aceitar, nem insista'. Madalena queria arriscar. Sabia que José nunca foi afeito a terapia, psicologia, mas ela tinha que tentar alguma solução.
E a solução veio, embora Madalena nunca vá descobrir como. Certo dia, ao chegar em casa, José se depara com Madalena na sala, conversando com um homem. O estranho aparentava uns cinquenta anos, grisalho, alto. José, imediatamente, ligou a pessoa aos pesadelos. Sem raciocinar, começou a gritar, gritar que nem um desvairado. O homem, que era o terapeuta, conseguiu dominá-lo e sentou-o no sofá:
- Agora precisamos conversar - disse o homem - tenha calma, eu estou aqui para ajudá-lo!
- Desde que você não perturbe mais meu sono, pode ficar com a minha mulher! - Disse José, com os olhos esbugalhados.
Comentários
Postar um comentário