Pular para o conteúdo principal

AMOR LONGE

Não tem coisa mais frustrante

Do que namorar de longe

Um lá e outro aqui

Que nem freira e monge



Dizem que a distância aumenta

No coração a saudade

Mas se você tem urgência

Tem que sair da cidade



Numa situação dessa

É aconselhável pensar

Viver junto daria certo?

Melhor não especular



Já diz um velho ditado

Quem casa, quer casa

Mas nos tempos de hoje

Quem casa, descasa!



Porém não quero que pensem

Que sou contra o casamento

Dormir junto é muito bom

Mas pode ser só momento



Se você não escolher bem

Com esse tormento convive

E pra quem namora de longe

Disso já está livre



Mas livre não está

Quando a carência bater

O jeito é apelar

Pra internet resolver



Pela web se conversa

Por texto, vídeo e áudio

Riem, brigam e choram

Depois, cada um pro seu lado



Mas também é vantagem

Viver um amor assim

Aparecem outras pessoas

Pra aliviar a fase ruim



Agora vamos ser justos

Não é legal enganar

Se alguém é só um escape

É bom antes avisar



Então qual é o conselho

Você deve estar perguntando

Mas se conselho fosse bom

Eu viveria aconselhando



Se eu fosse você eu daria

Um jeito de não casar

Enrolasse o possível

E vivesse a namorar



Mas pra não ser tão dura

Dou aqui valiosa dica

Ame do jeito que der

Amor bom é o que fica

Comentários

  1. li na folha. gostei... parabéns pela escrita.
    gerferson neftali

    ResponderExcluir
  2. bem popular, atinge todo tipo de leitor. gostei muito também pelo ritmo típico da literatura de cordel. massa. srsrsrs

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Duelo com Satã

Quando a areia repousa no fundo do lago, cria-se a falsa sensação de que as coisas estão em paz. Nos seus devidos lugares. A questão é que a areia e a água do lago não são permanentes. A areia precisa de algo, de uma força que lhe é externa, ainda que dentro do lago, para lhe tirar do lugar. O lago, a seu turno, acomoda ou incomoda um ecossistema que lhe é natural, mas não é permanente. Sofre as ameaças dentro da sua concha e fora ela. O que importa, em um final que nunca termina, é que nada fica do mesmo jeito que sempre foi, ou que sempre é. O que vai em nossa alma também é assim. O documentário "Alma imoral", baseado no livro de Nilton Bonder, trata sobre essa impermanência. Essa oscilação que se move graças a tudo que transgride as regras. Ou tudo que transcende-as. Dá no mesmo, no final. Transgredir é transcender. A segunda pode parecer mais "católica", sim, é. Arrematada pela filosofia medieval, que se apropriou do Homem e de Deus. Em ambos os caminhos, revo...

No ritmo do mar

Os pensamentos guardam em si a mesma intermitência das ondas do mar. Ora voltam à calmaria, ora revoltam-se contra as pedras, ora nos quebram só para começarmos tudo de novo... E ainda bem que o mar é assim.

O riso

O riso é, sim, uma manifestação de alguém que está feliz. Mas é também desespero de alguém em aflição. Porque o riso tem essa característica de ser, em si, oposição. O riso é ainda um recurso de quem é pego de surpresa e, sem saber o que dizer, ri. Ri o riso dos fujões ou dos traídos pela falta de reação ao assalto de um argumento. O riso é, sim, autoritário. Impõe com uma cara engraçada uma inocente piada, que de nada disso tem. Tem pavor, rancor, preconceito. Mas o riso tudo abafa. E aparece, ali, sorrateiro e inconveniente.  Senhor de sua presença. O riso é, sim, falta de assunto. Provocação e até irritação. Testa os nervos de quem vê em tudo um opositor. Testa também os nervos daquele professor. Que suporta, ou não, os risinhos quando tira os olhos do grupo. O riso, em suas variantes e sob todas as suas relatividades, é imprevisível. É um enigma. Porque nem todo riso é sincero. E quando falta a verdade, sobra aut...