Dá pena de ver
Um amigo tão bocó
Ingênuo e insosso
Nada pra ele é um nó
A vida é maravilhosa
Tudo no mundo é um xodó
O problema é que ele
Não percebe a maldade
Que pode vir das pessoas
Ainda mais de uma beldade
Tô falando da esposa
Que pra ele é peça boa
Santa e cheia de castidade
Imagine que a danada
Chegou pra ele certo dia
Disse: "Vou viajar"
"Pra casa da minha tia"
O pobre acreditou
Nem sequer questionou
Que essa tia faz tempo
De um acidente se finou
O pior é que meu amigo
Quando a gente vai alertar
Fica brabo que só vendo
Prefere nada enxergar
E a vida vai levando
E a mulher a cornear
Outro dia nem te conto
A mulher deu-se um trato
Disse que ia com a amiga
Visitar um orfanato
Só que todo mundo sabe
Que criança pra ela é bicho-do-mato
Mas meu amigo mais uma vez
Engoliu esse cordão
E até desembolsou
Dinheiro pra doação
De fralda e tudo mais
Porque tem bom coração
E a esposa foi-se embora
Fazer a caridade
Só que saiu sozinha
E foi em outra cidade
Que a viram com um rapaz
Na maior maldade
A danada ria solta
Com o jovem, de rara beleza
Ainda cantavam e dançavam
Numa grande realeza
Vai ver que é doação
De alegria e safadeza
Foram dizer ao meu amigo
Péssima decisão a se tomar
Injuriado, o cornudo
Ameaçou nos processar
Por calúnia e difamação
Porque santo é o seu lar
Sabe o que fizemos
Diante dessa situação
Passamos a elogiar
A esposa e o cornão
E foi um santo remédio
Porque até agora
Não levamos um safanão
Em compensação a esposa
Não está em boa posição
Porque os elogios que fizemos
Acenderam um lampião
Na cabeça do meu amigo
Que de chifre já é plantação
Ele agora tá achando
Que a danada nos dá bola
Todo dia é uma surra
Que ela leva, minha senhora
Acho que o meu amigo
Só gosta de chifre inimigo
De preferência de quem ele
Nem saiba a cor do umbigo
Agora eu lhe pergunto
O que é melhor levar?
Chifre identificado
Ou a identificar?
Acho que pra o meu amigo
Melhor mesmo é levar
Um chifre desconhecido
Pra só asism ele falar
Não sei de nada, não vi nada
Prefiro não comentar!
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