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O relato de um marido justiçado

Não tem coisa mais infeliz

Que uma mulher insatisfeita

Por mais que a gente faça

Ela tá sempre à espreita

De exigir mais da gente

Senão, fica toda contrafeita



A minha Sara mesmo

É osso duro de roer

Quando faço algum agrado

Ela se põe a estremecer

E mesmo assim me alfineta

É só isso que tu sabe fazer?



E olhe que eu até sou

Um homem paciente

Nunca grito, nem reclamo

Mas olhe que eu fico doente

Quando Sara não me dá bola

E pra evitar um rala e rola

Finge até dor de dente



A feira eu mesmo fiz

Comprei tudo que ela mandou

Do bom e do mais caro

Como ela mesma obrigou

Nem me lembro do mês

Que o cartão não estourou



A minha cotação tá em alta

Mas é com as amigas da Sara

Todas dizem, sem ponto e vírgula

Que eu sou uma joia rara

Só a patroa isso não enxerga

E de gastar nunca para



Um dia eu vou dar um basta

Nesta infeliz situação

Vou falar bem grosso

E fecharei as duas mãos

Comprar do ruim e do barato

Quero ver chover trovão



Porque a patroa é perigosa

Braba que nem um leão

Nesse grande dia meu

Vou combinar com dom João

O meu irmão que é bispo

Pra me dar logo a extremunção



Depois...



Oi gente aqui estou eu

Falando que nem você

Não tenho mais problemas

E estou rindo pra valer

Da cara que Sara ficou

Quando o policial anunciou

Que ela ia presa, pode crer?



É que quando eu bradei

Que não ia mais pagar

Cartão alto, coisa cara

Sara, sem pestanejar

Mandou um matador

Minha infeliz vida tirar



Mas como lá na terra

A gente paga certinho

Bastou a polícia ouvir

A denúncia de um passarinho

Minha morte foi a Sara

Que planejou tudinho



Se você é um marido

Do tipo que eu fui um dia

E se quiser um conselho

Eu dou: não passe agonia

Ou domina sua mulher

Ou vem me fazer companhia

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