Era uma vez uma garota
O nome dela é Roberta
Muito bonita por sinal
Resolveu visitar a avó
Que mora na floresta
Onde perambula o Lobo Mau
E lá estava a ninfeta
Pela floresta a cantarolar
Trazendo doces numa cesta
Para a sua avó entregar
Até que de repente aparece
Um homem no seu caminho
Alto, loiro, forte e bonito
De cabelos cacheados
Num charmoso desalinho
Muito galante, ele pergunta
Para onde a garota está indo
Ela diz que vai visitar a avó
E dá um tchau, toda sorrindo
Ele a cumprimenta
E a vê ir embora
Mas resolve pegar um atalho
Chega logo à casa da senhora
Lá ele diz à velha
Que é rico e se apaixonou
Pela linda neta dela
A vovó encheu os olhos
E apoiou o pretendente
Prometendo que o enlace
Seria feito urgentemente
Só que o rapaz tem outro apelido
O qual ignorava a senhora
Chamam-no de Lobo Mau
Porque ilude as moças
E depois as joga fora
No meio da conversa
Eis que chega Roberta
Grita pela avó já na entrada
A velha, muito alerta
Manda o rapaz se esconder
No guarda-roupa da empregada
Roberta, toda contente
Conta as novidades
Diz para a avó que conheceu
No caminho, duas beldades
Primeiro, falou com um rapaz
Loiro, lindo e muito galante
E depois mais na frente
Encontrou um outro
Ainda mais interessante
Beleza ele não tinha
Mas possuía atributos
Que tirava qualquer viúva
Do mais fiel e fechado luto
O tal rapaz era malandro
Jocoso e cheio de jinga
E ao cumprimentá-la
Deu-lhe um beijo de língua
A vovó ouvia aquilo tudo
Estarrecida e envergonhada
Porque aquela conversa
Pelo rico pretendente
Estava sendo escutada
Depois que a neta foi embora
A velha se desculpou
E disse para o partidão
Que ela ia dar um jeito
De não deixá-lo na mão
A promessa foi cumprida
E dois meses depois
La estavam Roberta e o riquinho
Saindo da igreja jogando arroz
E o tal do feioso?
Que fim levou?
Estava na casa da vovó
Esperando a neta dela
Voltar da lua-de-mel com o bocó
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