Certa vez num reino
O jornalzinho anunciou
Um dote milionário
Todo mundo se interessou
Era para se casar
Com uma moça solteira
E as inscrições
Seriam até a sexta-feira
E naquele dia, por acaso
Estava de bobeira Juvenal
Ele ficou muito animado
Quando leu o jornal
A oferta era boa
Uma grana sem igual
Doze mil reais na lata
E mais doze, dizia o jornal
Quando o noivo dissesse sim
E a lua-de-mel fosse normal
Juvenal lendo aquilo
Até pensou em se inscrever
Mas logo desanimou
Outros melhores deviam ter
Afinal, estava barrigudo
E cabelo quase não tinha não
Talvez nem fosse aceito
Pra fazer a inscrição
Encorajado por um amigo
Resolveu arriscar
Procurou o local
Indicado no exemplar
E depois de um mês
Juvenal leu, todo contente
Que sua inscrição foi aceita
E não tinha nem concorrente
Aí o amigo estranhou
De Juvenal ser o eleito
Sentiu-se na obrigação
E alertou, meio sem jeito
Que esse casamento
Estava muito estranho
E poderia muito bem ser
Uma armadilha sem tamanho
Então Juvenal achou melhor
A moça visitar
Se não lhe agradesse
Da proposta ia declinar
Resolveu ir ver a futura
Na casa dela, de surpresa
Alegrou-se ao constatar
A sua extraordinária beleza
Não passou nem um mês
E o casório foi celebrado
Juvenal embolsou 12 mil
E mais 12 estavam apalavrados
Com o pai da moça bonita
Que ia liberar a parada
Depois de consumada
A lua-de-mel esperada
E noite do casal
Não poderia ter sido melhor
A esposa de Juvenal
Era uma maravilha de lindeza
E, de quebra, não tinha vergonha
De fazer safadeza
Aí veio o amigo
E alertou de novo Juvenal
Que ficasse esperto
Ia dar caroço nesse mingau!
E não é que o amigo
Acertou em cheio?
A esposa de Juvenal
Chegou com um milhão e meio
Deu a ele e explicou
Que era um outro dote
Que agora descasava
Embora morassem juntos
Para manter a fachada
E daquele dia em diante
Ela ia viver de noitada
Cada dia com um diferente
E Juvenal não podia dizer nada
Juvenal se irritou
Mas depois concordou
Melhor sofrer milionário
Do que penar só por amor
Comentários
Postar um comentário