A orquestra conduz a festa
Maestro para e atenta
Para a perfeição das cordas
Sensibilidade à flor da pele
O mundo das partituras
Tem dó, ré, mi, fá
Os acordes menores
Um doce lamento
Os maiores
A força do tormento
O maestro conduz a orquestra
Festa no teatro inteiro
Naquele mundo de gente
Ninguém sabe o somente
Que cada um traz em si
Tantas pessoas juntas
E separadas, sorriem
Não há quem suspeite
Para onde os olhares convergem
Fogem, procuram, disfarçam
Fazem o que não devem
Pensam o que não devem
Só Deus para testemunhar
E as nossas contas para pagar
Ninguém pensa nisso nessa hora
Só interessa aos presentes
Em se deleitar somente
Com aquele concerto durante uma hora
Vivendo como ricos
Parecendo ricos
Muito longe dos nanicos
Pequeno é o mundo lá fora
Porque o de dentro se avoluma
Cresce, solta as plumas
E o maestro a conduzir
Os egos a fluírem
Da orquestra todos absorvem
Na verdade sugam a sua magnificência
A alma leve, voa livre
Para os mais diferentes lugares
Criados, revividos pela nossa mente
Trocamos olhares e sorrisos
Mas o pensamento está longe
Talvez naquele mesmo antro
Talvez já no paraíso
Talvez no mundo lá fora
Nanico, pequenino
Mas que se agiganta
Ao reviver a lembrança
De alguém querido
De um amor bandido
Proibido, parido a duras penas
Tudo vale a pena
Porque a pequenez da alma
Muito vale para um poeta
E a sua grandeza
É a sua fortaleza
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