Mentira tem perna curta
Diz o dito popular
E quem gosta de mentir
Procurando disfarçar
O que todos já sabem
É duro de aguentar
Assim é a vida de João
Mentiroso de carteirinha
É dono de um escritório
E a secretária, uma fulaninha
Amante dele há uns três anos
Perigosa e bonitinha
A dita cuja entrou lá
Só como estagiária
Logo puxou o tapete
Da antiga secretária
Que acabou demitida
Por causa da salafrária
A fulana é novinha
Uns vinte cinco aninhos
Mas João chefão já é rodado
Parece um bom velhinho
Cabelo branco e barrigão
E na conta, um dinheirinho
O povo do escritório
Vive à boca miúda
Rindo do jeito que João
Baba pela manteúda
O comentário é grande
E a má fama, graúda
Eles inventam tanta história
Para o caso disfarçar
Mas quanto mais inventam
Mais estão a declarar
Que vivem no maior e melhor
Tico-tico no fubá
A secretária fulaninha
Vive fazendo serão
Ao contrário da antiga
Que hora-extra fazia não
E os colegas do escritório
Só de olho no chefão
Certo dia ligou pra lá
A esposa de João
Queria convidá-lo pra almoçar
Mas perdeu a ligação
Ele saiu com a secretária
Para uma reunião
O povo se revoltava
Com tamanha ousadia
Mas depois se vingou
Com inteligência e maestria
Arranjou um estagiário
Pra fulana entrar numa fria
O novato era bonito
Alto, forte e educado
Novo, com toda energia
João chefão ficou roubado
A secretária só fazia
Ensinar ao danado
Os colegas do escritório
Se danavam a incentivar
E a amizade entre os dois
Só fazia afinar
João chefão ficou estressado
Demitiu o estagiário
Mas foi pior, ficou arrasado
Contrariada, a secretária
Gritou com ele e falou
Que ia embora dali
Atrás do garoto, seu amor
Saiu sem olhar pra trás
E pra João restou a dor
Uma semana depois
A fulaninha volta lá
Entra cheia de moral
E diz que volta a trabalhar
Mas com a condição
De o estagiário voltar
João não pensa duas vezes
Manda chamar o almofadinha
Mas faz uma exigência
Que a tal da fulaninha
Não o traia e lhe seja fiel
Que nem uma cachorrinha
A secretária topou na hora
E o estagiário voltou
E a rotina no escritório
Da água pro vinho mudou
O chefão ficou calminho
A fulana virou Dona Flor
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