Toda dúvida que João tinha
Sentava em frente ao computador
E danava-se a digitar
Era um exímio perguntador
Naquela noite em especial
Depois de muito procurar
Achou uma definição para o amor
Tema desse conto
Que agora eu vou contar
Lá vai João indagar
Se o computador sabia
O amor significar
Em um site achou uma resposta
Não muito satisfatória
Dizia que o amor
Era uma coisa simplória
Um negócio besta
Que só faz o povo perder
Tempo e noites de sono
A pensar e a sofrer
E enquanto isso o mundo
Gira, gira, sem parar
E o sofredor, coitado
Nem vê a vida passar
João voltou para a busca
Procurou outro endereço
E achou uma resposta
E por ela teve um apreço
Dizia que o amor é
Uma coisa que a gente sente
Que doi, doi, até ficar dormente
E o coração, maltratado,
Desatinado e esfarrapado
Deixa o cabra atormentado
Até ele ficar demente
Essa resposta estava
Chegando onde João queria
Mas ele continuou a buscar
Aquela que ia satisfazer
A sua curiosa agonia
Clicou em outros sites
Até encontrar um que dizia:
"O amor é o que você
Sente hoje por alguém
E amanhã por outra pessoa
Acaba sentindo também
E no fim das contas você
Percebe que só fez amar
Quem merecia e não merecia
E agora está a procurar
Outro verdadeiro amor
Mas, que pena, não vai encontrar"
João ficou intrigado
Com aquela afirmação
Pensou na primeira esposa
Na segunda lembrou não
Porque foi uma sacana
Em quem ele confiou
E um homem com ela
Ele na cama pegou
Mas lembrou-se da terceira
Que é sua esposa atual
Imaginou se a digníssima
Poderia lhe fazer mal
Traindo-o com outro
Será que era um mal sinal?
Diante dessa dúvida
Desistiu de procurar
Na internet o que ele
Começava a desconfiar
Preferiu desligar o PC
E pensar que na mulher
Sempre iria acreditar
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