Por falta de dinheiro, acabaram-se as filas nos bancos. E o careca, que estava na fila, tinha vindo antes de um barbeiro. Teve que abrir mão da cortesia do corte por falta de cabelos. E o barbeiro, indignado com a falta d´água, jogou os sabonetes fora. Afinal de contas, quem precisa de banho? A mulher do barbeiro não se conformava. Além de aguentar o fedor do marido, tinha ainda que ficar sem televisão. Por falta de pagamento, a companhia havia cortado a energia elétrica do casal. E a companhia de energia...
- Parou! Parou! Parou! Não aguento mais essas sandices!
- Mas eu nem comecei a escrever a coluna e já enchesse o saco, Manoel?
- É que isso não vai dar certo, Leusa! Eu não vou convencer a minha mulher dizendo essas coisas sem nexo.
- Você não deixa eu terminar. Tudo bem que você não decore tudo, mas pegue o espírito da coisa...
- Espírito quem vai virar sou eu se não arranjar uma boa desculpa para Tereza.
- Calma! Mas também você exagerou, vamos combinar? Passar a noite fora e não avisar? Tanta desculpa por aí no Google, nos fóruns de ajuda para maridos traidores.
- Eu não sou traidor, Leusa! Sou um cara legal.
- Tá bem, tá bem! Então, digamos, um pulador de cerca...
- Por isso estou aqui, né? Nessa sua coluna.
- Então vamos continuar porque senão acaba o espaço nessa coluna e eu não acho uma solução para o seu caso.
- Tá. Mas não quero passar por louco. E também não combina comigo dizer coisa com coisa. Não vou conseguir convencer Tereza de que fiquei abilolado das ideias após passar a noite fora.
- Já que é assim, sugiro que você chegue em casa mudo, então.
- Mudo por quê?
- Porque mudo não fala e, sendo assim, não tem que dar explicação nenhuma. Olha, são oito da manhã. Você vai para casa, chega sem falar nada, faz sinal que não consegue falar e vai dormir.
- E depois?
- Depois você acorda e finge que nada aconteceu. Que não se lembra de nada.
- Mas eu volto a falar quando acordar?
- Claro, né! Tudo volta ao normal, menos a sua memória. Você diz que não consegue se lembrar de nada desde que largou do trabalho ontem à noite.
Manoel fez o combinado.
Chegou, fingiu-se de mudo e dormiu. Quando acordou, falando normalmente, disse não se lembrar de nada:
- Ai, amor! Será que você foi vítima de algum sequestro?
- Sei lá!
- Vá tomar um banho que eu vou lhe preparar um almocinho bem gostoso!
Enquanto Manoel estava no chuveiro:
- Oi, Carlos! Olha, vou falar rápido. Estamos salvos. Ele não se lembra de nada desde ontem à noite. Se era ele ou não naquele carro, não importa mais. Beijo. Te ligo mais tarde.
E o almoço estava uma delícia.
- Parou! Parou! Parou! Não aguento mais essas sandices!
- Mas eu nem comecei a escrever a coluna e já enchesse o saco, Manoel?
- É que isso não vai dar certo, Leusa! Eu não vou convencer a minha mulher dizendo essas coisas sem nexo.
- Você não deixa eu terminar. Tudo bem que você não decore tudo, mas pegue o espírito da coisa...
- Espírito quem vai virar sou eu se não arranjar uma boa desculpa para Tereza.
- Calma! Mas também você exagerou, vamos combinar? Passar a noite fora e não avisar? Tanta desculpa por aí no Google, nos fóruns de ajuda para maridos traidores.
- Eu não sou traidor, Leusa! Sou um cara legal.
- Tá bem, tá bem! Então, digamos, um pulador de cerca...
- Por isso estou aqui, né? Nessa sua coluna.
- Então vamos continuar porque senão acaba o espaço nessa coluna e eu não acho uma solução para o seu caso.
- Tá. Mas não quero passar por louco. E também não combina comigo dizer coisa com coisa. Não vou conseguir convencer Tereza de que fiquei abilolado das ideias após passar a noite fora.
- Já que é assim, sugiro que você chegue em casa mudo, então.
- Mudo por quê?
- Porque mudo não fala e, sendo assim, não tem que dar explicação nenhuma. Olha, são oito da manhã. Você vai para casa, chega sem falar nada, faz sinal que não consegue falar e vai dormir.
- E depois?
- Depois você acorda e finge que nada aconteceu. Que não se lembra de nada.
- Mas eu volto a falar quando acordar?
- Claro, né! Tudo volta ao normal, menos a sua memória. Você diz que não consegue se lembrar de nada desde que largou do trabalho ontem à noite.
Manoel fez o combinado.
Chegou, fingiu-se de mudo e dormiu. Quando acordou, falando normalmente, disse não se lembrar de nada:
- Ai, amor! Será que você foi vítima de algum sequestro?
- Sei lá!
- Vá tomar um banho que eu vou lhe preparar um almocinho bem gostoso!
Enquanto Manoel estava no chuveiro:
- Oi, Carlos! Olha, vou falar rápido. Estamos salvos. Ele não se lembra de nada desde ontem à noite. Se era ele ou não naquele carro, não importa mais. Beijo. Te ligo mais tarde.
E o almoço estava uma delícia.
Muito obrigada! É muito gratificante saber que as pessoas gostam do que fazemos. Comentários como o seu me dão alegria enorme e vontade de fazer mais.
ResponderExcluirabraços,
Leusa.