Pular para o conteúdo principal

O oráculo, Margarida e o amor



 
A curiosa Margarida

Chegou e perguntou

Ao sábio oráculo

O que é o amor?



O oráculo não é o Google

Mas é sábio e sabido

Devolveu com charadas

O que Margarida tinha inquirido



O que você, bela jovem

Com pouca vida vivida

Quer saber do amor

É só um ponto de partida



Os poetas dizem que o amor

É muito mais que sentimento

É ventura para muitos

E para outros, um tormento



O amor já foi cantado

Em prosa, verso e romance

Mas na vida real, minha querida

O amor é outro lance



O amor a gente sente

Sem motivo de sentir

E quando descobre a razão

Pode até morrer de rir



Nesse ponto do diálogo

Margarida, entediada

Interrompe a conversa

E ao sábio dá uma cartada



Ou você me diz de uma vez

O que o amor é de verdade

Ou eu vou espalhar que você

Engana os outros só de maldade



O sábio ficou surpreso

Com a reação de Margarida

E disse que se ela quiser saber

O que o amor é na real

Tem que casar várias vezes

Para entender de uma vez

Que o amor pode fazer mal


- Mas que história é essa? Se o amor fosse assim tão ruim não teria tanta gente casada! - Questionou Margarida.

- Você é uma menina muito mal-educada, viu? Onde já se viu interromper esses versos!?

- Você tá muito água-com-açúcar hoje! Vamos, desembucha logo em prosa mesmo!

- Tudo bem. Tá certo, Margarida. Você quer saber mesmo o que é o amor?

- Quero!

- Então entre no site www.oqueeoamor.com.br

- O quê?

- É isso mesmo! Todo mundo agora só quer saber da internet, não é? Então procure lá porque aqui com o oraculozinho de carne e osso você só vai ter enigmas!

Dito isso, o oráculo retirou-se do recinto.

E Margarida... Bom, Margarida foi ao shopping center. Fazer uma assinatura de banda larga móvel.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AMOR LONGE

Não tem coisa mais frustrante Do que namorar de longe Um lá e outro aqui Que nem freira e monge Dizem que a distância aumenta No coração a saudade Mas se você tem urgência Tem que sair da cidade Numa situação dessa É aconselhável pensar Viver junto daria certo? Melhor não especular Já diz um velho ditado Quem casa, quer casa Mas nos tempos de hoje Quem casa, descasa! Porém não quero que pensem Que sou contra o casamento Dormir junto é muito bom Mas pode ser só momento Se você não escolher bem Com esse tormento convive E pra quem namora de longe Disso já está livre Mas livre não está Quando a carência bater O jeito é apelar Pra internet resolver Pela web se conversa Por texto, vídeo e áudio Riem, brigam e choram Depois, cada um pro seu lado Mas também é vantagem Viver um amor assim Aparecem outras pessoas Pra aliviar a fase ruim Agora vamos ser justos Não é legal enganar Se alguém é só um escap

A sina da amante

Dizem que ter uma amante É correr perigo constante Que o homem precisa se cuidar Para a esposa não o flagrar Muitos conselhos dão Para aquele que a cerca pula Tudo o homem tem à mão Para se livrar de um safanão Só que todos se esquecem Que aquela que é a outra Leva uma vida difícil Quem pensa que é só alegria Mal pode imaginar Que a coitada da amante Entra é numa grande fria O problema da amante É que ela já tá perdida Ainda na fase de pré-amante Já leva nome de bandida É chamada de vários adjetivos Melhor o significado não saber Mas tem um tão grosseiro Que nem me atrevo a dizer Não se engane quando a amante Enche a boca e diz Que fica com a melhor parte E, dando uma de atriz, Faz todo mundo acreditar Que, sendo a outra, é feliz Na verdade a bichinha É uma grande coitadinha Pensa que está por cima Mas depois que o tempo passa Vê que o tiro saiu pela culatra O cara nem deixa a mulher E também não para de prometer Que a situação deles

José, um homem de fé

José tava de dar dó Sol quente na moleira Na garganta, aquele nó Capinando e pensando Onde estará a minha Filó? Filomena é o nome Da esposa de José Que arrumou outro homem E do sítio deu no pé Mesmo levando o fora Sendo por ela humilhado Virando motivo de chacota José gritou 'tão perdoado' Mas Filó já estava longe Na charrete do amante Nem escutou o apelo Do marido vacilante E então José passou A levar a vida à toa Capinava no sítio Fizesse sol ou garoa Na esperança de um dia Filomena retornar E dizer: 'voltei, José' Ao regaço do nosso lar Mas já diz o ditado Quem come se lambuza E Filomena tem olhos De invejar a Medusa O amante é homem bonito Rico, inteligente e educado Que mulher não o preferiria A um marido aloprado? Quando Filó bateu o olho No seu futuro affair Pensou 'é com esse!' Que daqui eu dou no pé José nem desconfiava Da tempestade que se formava Só tinha olhos pro sítio E pros bois que comprava