Pular para o conteúdo principal

Amiga pra o que der e vier




Quando ouço aquele ditado
Que quem avisa amigo é
Penso logo na Jandira
Uma mulher de fibra e de fé

Ela com certeza iria dizer
Que isso é uma enganação
Porque amigo de verdade
Não passa de uma ilusão

Jandira teve uma experiência
Muito ruim e inusitada
Confiava numa fulana
Amiga antiga, de longa data
De tudo para essa amiga
Jandira fazia confidência
Nem sonhava que um dia
A amiga, sem consciência
Iria lhe passar a perna
Sem ter a menor decência

A amizade das duas começou
Desde os tempos de escola
Tudo que a amiga dizia
Jandira dava a maior bola

A confiança foi crescendo
E Jandira, sem perceber
Já estava deixando a amiga
Na sua vida se meter

Toda vez que um rapaz
Por Jandira se interessava
A amiga botava terra
E Jandira o dispensava

Assim aconteceu com outros
Quatro interessantes pretendentes
Até que chegou Adamastor
E Jandira abriu os dentes

O jovem, muito educado
Rico e bem apessoado
Fez Jandira se apaixonar
E cometer o maior pecado
Que foi dizer para a amiga
Que um grande amor tinha encontrado

A amiga conheceu o cara
Fez um interrogatório
Mas aprovou o bom partido
E logo Jandira marcou
A data do casório

Jandira se casou
Assim mesmo, bem ligeiro
E o primeiro ano de casada
Foi um ceu de brigadeiro
Mas no ano seguinte
E em mais outros dois
Tudo foi piorando
E o amor foi se acabando

Até que um belo dia
O marido chega, na maior
E diz que está gostando
De outra mulher, muito melhor

Jandira fica surpresa
E chora muito, desolada
A amiga chega logo
E consola a coitada
Diz que homem assim
É melhor passar adiante
Afinal, a parte ruim
Também vai para a amante

Jandira se conformou
E até do conselho gostou
Levantou a cabeça
E não mais se preocupou

Até que um dia ela teve
Uma grande decepção
Descobriu que a amiga
Estava grávida do ex-maridão

Foi tomar satisfações
E a amiga justificou
Que essa união com o cara
Nunca foi por amor
Na verdade ela é uma santa
E não uma devassa
Porque livrou Jandira
De um mala sem alça

E o plano deu tão certo
Que ela pegou até uma barriga
Tão vendo quanta injustiça
Cometemos contra uma amiga?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AMOR LONGE

Não tem coisa mais frustrante Do que namorar de longe Um lá e outro aqui Que nem freira e monge Dizem que a distância aumenta No coração a saudade Mas se você tem urgência Tem que sair da cidade Numa situação dessa É aconselhável pensar Viver junto daria certo? Melhor não especular Já diz um velho ditado Quem casa, quer casa Mas nos tempos de hoje Quem casa, descasa! Porém não quero que pensem Que sou contra o casamento Dormir junto é muito bom Mas pode ser só momento Se você não escolher bem Com esse tormento convive E pra quem namora de longe Disso já está livre Mas livre não está Quando a carência bater O jeito é apelar Pra internet resolver Pela web se conversa Por texto, vídeo e áudio Riem, brigam e choram Depois, cada um pro seu lado Mas também é vantagem Viver um amor assim Aparecem outras pessoas Pra aliviar a fase ruim Agora vamos ser justos Não é legal enganar Se alguém é só um escap

A sina da amante

Dizem que ter uma amante É correr perigo constante Que o homem precisa se cuidar Para a esposa não o flagrar Muitos conselhos dão Para aquele que a cerca pula Tudo o homem tem à mão Para se livrar de um safanão Só que todos se esquecem Que aquela que é a outra Leva uma vida difícil Quem pensa que é só alegria Mal pode imaginar Que a coitada da amante Entra é numa grande fria O problema da amante É que ela já tá perdida Ainda na fase de pré-amante Já leva nome de bandida É chamada de vários adjetivos Melhor o significado não saber Mas tem um tão grosseiro Que nem me atrevo a dizer Não se engane quando a amante Enche a boca e diz Que fica com a melhor parte E, dando uma de atriz, Faz todo mundo acreditar Que, sendo a outra, é feliz Na verdade a bichinha É uma grande coitadinha Pensa que está por cima Mas depois que o tempo passa Vê que o tiro saiu pela culatra O cara nem deixa a mulher E também não para de prometer Que a situação deles

José, um homem de fé

José tava de dar dó Sol quente na moleira Na garganta, aquele nó Capinando e pensando Onde estará a minha Filó? Filomena é o nome Da esposa de José Que arrumou outro homem E do sítio deu no pé Mesmo levando o fora Sendo por ela humilhado Virando motivo de chacota José gritou 'tão perdoado' Mas Filó já estava longe Na charrete do amante Nem escutou o apelo Do marido vacilante E então José passou A levar a vida à toa Capinava no sítio Fizesse sol ou garoa Na esperança de um dia Filomena retornar E dizer: 'voltei, José' Ao regaço do nosso lar Mas já diz o ditado Quem come se lambuza E Filomena tem olhos De invejar a Medusa O amante é homem bonito Rico, inteligente e educado Que mulher não o preferiria A um marido aloprado? Quando Filó bateu o olho No seu futuro affair Pensou 'é com esse!' Que daqui eu dou no pé José nem desconfiava Da tempestade que se formava Só tinha olhos pro sítio E pros bois que comprava