Nos tempos de hoje
Não mais se faz
Mulher como Jucélia
Fiel até não acabar mais
Casou-se aos dezoito anos
E só conheceu um homem
Osvaldo, seu marido
Que lhe deu o seu nome
Jucélia é ingênua
Romântica e sonhadora
Vive de ver novela
E adora ficar à toa
Pensando em sua vida
De dona de casa, ô coisa boa!
Nunca sai sem avisar
Do seu paradeiro ao marido
E não é por temer o esposo
Porque ele não é de dar castigo
É só para da satisfação
Àquele que é o dono
Do seu bobo coração
Como eu disse lá atrás
Nos tempos de hoje
Não mais se faz
Mulher como Jucélia
Fiel até não acabar mais
Mas nada é tão bom
Que não possa melhorar
E quando melhora para uns
Para outros pode piorar
Numa dessas tardes ensolaradas
Jucélia estava em casa
À toa, sem fazer nada
Até que toca o telefone
E uma voz doce e masculina
Fala e diz o seu nome
O rapaz chama-se Ronaldo
E fala que está a pesquisar
O grau de felicidade
Que as pessoas estão a vivenciar
Ele pergunta a Jucélia
Sobre toda a vida dela
E a gazela, de tão pura
Fala toda a sua novela
Desde que conheceu o marido
Quando ainda era donzela
Mas depois desse relato
O rapaz começa a perguntar
Se é essa a vida que ela
Pretende até a morte levar
Jucélia, pela primeira vez
Duvida antes de responder
Mas o rapaz insiste e ela
Começa a se questionar
Se é essa a vida que ela
Gostaria de até o túmulo levar
A conversa foi longa
E quando, enfim terminou
Jucélia ficou feliz
Em ter anotado o celular
Do rapaz pesquisador
Mas como eu disse antes
Ainda acredito que Jucélia
É mulher que não mais se faz
Esposa sonhadora e romântica
Fiel até não acabar mais
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