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O óbvio



Por que comerciais de remédios para dormir geralmente passam tarde da noite e não de manhã cedo?

Por que as pessoas ficam tão animadas quando chega a sexta-feira e enfadonhas quando ouvem a musiquinha do Fantástico no domingo?

Por que o óbvio é tão evidente e tão procurado?

Por que dirigir e falar ao celular ao mesmo tempo não dá certo?

Nelson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra.

Mas o óbvio é unânime... E não é burro. É evidente.

Se não é óbvio, é porque não é evidente.

Pesquisas e mais pesquisas feitas em universidades geralmente nos Estados Unidos apontam para uma série de resultados tão óbvios que bastaria a nossa lógica de leigos para atestá-los. E ainda de quebra essas instituições economizariam horrores. Mas as pesquisas existem, gastam tempo, dinheiro e esforço físico e mental para comprovar o ululante.

Tem pesquisa pra tudo. Já gastaram muito dinheiro para comprovar ou apontar que homens preferem sexo casual, crianças sem amigos são mais tristes, que idosos ativos vivem melhor, que fazer exercícios emagrece, que café demais faz mal às crianças. Enfim, uma gama de conclusões que ao lermos uma notícia sobre isso pensamos: “Isso é óbvio!”.

Mas se gastam dinheiro para atestar o que todo mundo, ou pelo menos quase todo mundo, já sabe, que tal se os cientistas passassem a se perguntar coisas como:

Por que algumas pessoas que eram pobres conseguem ter sucesso na vida e outras não?

Por que nos sentimos tão pra baixo quando descobrimos uma traição?

Por que tantas crianças inteligentes e que só tiram dez não conseguiram sucesso quando se tornaram adultas?

Por que quem senta lá atrás na sala de aula é sempre o mais popular?

Perguntas simples como estas podem ser complicadas para responder. 

Geralmente porque puxam outras.


Por que dedicamos menos tempo às perguntas para as quais não temos resposta?

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