Nunca pensei eu um dia
Você, em plena agonia,
Fosse me dizer: eu te
odeio!
Nunca pensei que um dia
Com o passar dos anos
Desde o primeiro até o
último
Esse sentimento tão próximo
Virasse um sentir tão
íntimo
Quantas vezes o amor
Esteve no nosso leito a
reinar
E agora nem ouso querer
Saber o que restou, mas
posso perguntar
Até onde o amor vale a pena
E quando devemos parar
Para que ele não seja
reduzido
A uma coisa tão pequena?
O pior do ódio não é
senti-lo
Por um alguém que julgamos
Ter-nos feito um enorme
estrago
O pior do ódio é senti-lo
Entranhado dentro da gente
Como se da alma fosse um
ente
Nascido desde que nascemos
E morrido só quando
morremos
É que quando o ódio se
instala
Parece que nunca antes
Não esteve ali
E, sim, que sempre foi
Parte da nossa alma
Sangue do nosso corpo
Engodo para nossa calma
Mas como de vez se livrar
Desse sentir que nos
espreita
Esperando uma brecha para
De surpresa nos assaltar?
Na verdade não há resposta
Que preencha toda a
extensão
Desta simples questão
O que podemos fazer é
enganar
O ódio que conta de nós vai
tomar
Fingindo que ele é outra
coisa
Qualquer coisa, menos o que
nós
Pensamos pelo outro
destilar
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