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Mínimos

NÃO VER PARA CRER - As fotos mostravam tudo. Ele ficou louco, procurando identificar erros de montagem. 

SERÁ? - Pijamas, cadeira de balanço, leite morno. O sonho de todo aspirante a milionário. 

CONVIVÊNCIA – A liga não ligava mais. Percebiam, mas fingiam não se importar. Velhos estranhos.

A INDIFERENÇA - Jantavam ravióli e vinho. Engoliam em seco o silêncio. 

SEPARAÇÃO - Assinaram o divórcio. A rotina virou saudade. 

BLOQUEIO - João não conseguia cantar. Na sessão de terapia, chorou quando a psicóloga perguntou-lhe sobre a última vez que cantou. Só lembrava de uma voz que dizia: ‘cale-se’. Tinha cinco anos.

TOMATES VERDES
- Mãe, por que não podemos comer tomates verdes?
- Pergunta besta! Porque são verdes, menino!
- E por que são verdes?
- Porque não estão maduros ainda.
- Então eu posso brincar com eles, né?

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José, um homem de fé

José tava de dar dó Sol quente na moleira Na garganta, aquele nó Capinando e pensando Onde estará a minha Filó? Filomena é o nome Da esposa de José Que arrumou outro homem E do sítio deu no pé Mesmo levando o fora Sendo por ela humilhado Virando motivo de chacota José gritou 'tão perdoado' Mas Filó já estava longe Na charrete do amante Nem escutou o apelo Do marido vacilante E então José passou A levar a vida à toa Capinava no sítio Fizesse sol ou garoa Na esperança de um dia Filomena retornar E dizer: 'voltei, José' Ao regaço do nosso lar Mas já diz o ditado Quem come se lambuza E Filomena tem olhos De invejar a Medusa O amante é homem bonito Rico, inteligente e educado Que mulher não o preferiria A um marido aloprado? Quando Filó bateu o olho No seu futuro affair Pensou 'é com esse!' Que daqui eu dou no pé José nem desconfiava Da tempestade que se formava Só tinha olhos pro sítio E pros bois que comprava

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