Pular para o conteúdo principal

Salada de frutas

Pega a fruta.
Parte.
Descasca.
Corta em pedacinhos.

“Acho que não dá mais. Ele nem fala mais em aniversário de casamento. Nem viajamos mais, Nada de diferente!”
Outra fruta.
Parte.
Descasca.
Corta em pedacinhos.
“Mas também tem a questão do trabalho. Minha profissão me permite resolver as coisas em casa. Ele não. Tem o estresse do dia a dia, cobrança, concorrência. A rotina influencia.”
Mais uma fruta. Desta vez o abacaxi.
Mais difícil de descascar.
Foi-se a casca.
Agora fica melhor.
“Mas especialistas em relacionamentos dizem que uma relação é como uma planta. Tem que sempre estar regando.”
As bananas por último.
Tira a casca.
“Será que estou sendo exigente?”
Parte em pedacinhos.
“O relacionamento devia ser assim. Feito uma salada de frutas. Muitos itens diferentes que se harmonizam juntos.”
Parte mais pedacinhos de manga para garantir o sabor doce da salada.
“Mas esses itens precisam estar cada um no seu ponto para combinar. Só que nem sempre estão. Mas é preciso juntar assim mesmo. Está quase pronto. Quem dera fosse fácil assim na vida com na salada!”
Descasca a laranja.
Corta em pedaços pequenos.
Mistura mais.
“Vai ver que é coisa da minha cabeça mesmo. Deixa pra lá.”
Guarda a salada na geladeira.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AMOR LONGE

Não tem coisa mais frustrante Do que namorar de longe Um lá e outro aqui Que nem freira e monge Dizem que a distância aumenta No coração a saudade Mas se você tem urgência Tem que sair da cidade Numa situação dessa É aconselhável pensar Viver junto daria certo? Melhor não especular Já diz um velho ditado Quem casa, quer casa Mas nos tempos de hoje Quem casa, descasa! Porém não quero que pensem Que sou contra o casamento Dormir junto é muito bom Mas pode ser só momento Se você não escolher bem Com esse tormento convive E pra quem namora de longe Disso já está livre Mas livre não está Quando a carência bater O jeito é apelar Pra internet resolver Pela web se conversa Por texto, vídeo e áudio Riem, brigam e choram Depois, cada um pro seu lado Mas também é vantagem Viver um amor assim Aparecem outras pessoas Pra aliviar a fase ruim Agora vamos ser justos Não é legal enganar Se alguém é só um escap

A sina da amante

Dizem que ter uma amante É correr perigo constante Que o homem precisa se cuidar Para a esposa não o flagrar Muitos conselhos dão Para aquele que a cerca pula Tudo o homem tem à mão Para se livrar de um safanão Só que todos se esquecem Que aquela que é a outra Leva uma vida difícil Quem pensa que é só alegria Mal pode imaginar Que a coitada da amante Entra é numa grande fria O problema da amante É que ela já tá perdida Ainda na fase de pré-amante Já leva nome de bandida É chamada de vários adjetivos Melhor o significado não saber Mas tem um tão grosseiro Que nem me atrevo a dizer Não se engane quando a amante Enche a boca e diz Que fica com a melhor parte E, dando uma de atriz, Faz todo mundo acreditar Que, sendo a outra, é feliz Na verdade a bichinha É uma grande coitadinha Pensa que está por cima Mas depois que o tempo passa Vê que o tiro saiu pela culatra O cara nem deixa a mulher E também não para de prometer Que a situação deles

José, um homem de fé

José tava de dar dó Sol quente na moleira Na garganta, aquele nó Capinando e pensando Onde estará a minha Filó? Filomena é o nome Da esposa de José Que arrumou outro homem E do sítio deu no pé Mesmo levando o fora Sendo por ela humilhado Virando motivo de chacota José gritou 'tão perdoado' Mas Filó já estava longe Na charrete do amante Nem escutou o apelo Do marido vacilante E então José passou A levar a vida à toa Capinava no sítio Fizesse sol ou garoa Na esperança de um dia Filomena retornar E dizer: 'voltei, José' Ao regaço do nosso lar Mas já diz o ditado Quem come se lambuza E Filomena tem olhos De invejar a Medusa O amante é homem bonito Rico, inteligente e educado Que mulher não o preferiria A um marido aloprado? Quando Filó bateu o olho No seu futuro affair Pensou 'é com esse!' Que daqui eu dou no pé José nem desconfiava Da tempestade que se formava Só tinha olhos pro sítio E pros bois que comprava