O Café Colombo estava cheio naquela noite de sexta. Rubem, Suzana e a filha deles, Lili, esperaram uns trinta minutos para conseguir uma mesa. Ao se acomodarem e fazerem o pedido, Lili, quatro anos, já mostrou quem dominaria o jantar:
- Papai, por que você e mamãe não se separam?
Rubem ficou surpreso, mas, acostumado com as perguntas intempestivas da filha, sorriu levemente e respondeu:
- Mas por que teríamos de nos separar? Está tudo bem, filhota!
- Por que os pais dos meus colegas na classe são separados. Só os meus que não são.
Suzana, que arrumava as coisas em uma cadeira, interessou-se em puxar a conversa:
- Filhinha, e você gostaria que papai e mamãe se separassem?
-...
- É, Lili! Você gostaria? Diz pra gente.
- Na verdade, não sei.
Suzana puxou mais:
- Mas se a mamãe e papai fossem separados você seria feliz?
- Humm... Pelo menos teria assunto pra conversar com meus colegas.
- E o que seus colegas falam dos pais deles? – Rubem já estava interessando-se pela conversa.
- Ah! Eles dizem que os pais deles brigam por telefone, que a mãe não deixa que o pai leve todo fim de semana, que não deviam dar sorvete quando a gente está com gripe...
- E você acha isso bom, querida? – Suzana também se instigou.
- Não acho nem bom, nem ruim. Só queria ter assunto pra conversar.
- Mas você pode conversar sobre seus pais, que estão juntos, que são felizes... – Rubem aconselhou.
- E vocês são felizes?
- Claro, filhota! Que pergunta! - riu Suzana.
Ao ver o garçom, Rubem cortou o papo:
- Agora vamos jantar que a comida já chegou!
Lili ficou calada durante todo o jantar. Quando terminaram, vendo a garota quieta,
Rubem perguntou:
- O que foi, filha? Está pensando em quê?
- Que só vocês são felizes.
- Que bobagem é essa, filhinha!
- É, mamãe... Infelizmente, meus pais não são separados e eu sou a única diferente na turma.
- Mas, meu amor, isso é bom, muito bom!
- Bom? Por quê?
- Porque sua família é feliz e vivem todos juntos! Não é legal? – Rubem tentou contemporizar
- Ah! Deixa pra lá... Vocês fazem muitas perguntas! Quero um sorvete de chocolate, pode ser?
Quando a sobremesa chegou, Lili soltou outra:
- Garçom, você é casado?
- Papai, por que você e mamãe não se separam?
Rubem ficou surpreso, mas, acostumado com as perguntas intempestivas da filha, sorriu levemente e respondeu:
- Mas por que teríamos de nos separar? Está tudo bem, filhota!
- Por que os pais dos meus colegas na classe são separados. Só os meus que não são.
Suzana, que arrumava as coisas em uma cadeira, interessou-se em puxar a conversa:
- Filhinha, e você gostaria que papai e mamãe se separassem?
-...
- É, Lili! Você gostaria? Diz pra gente.
- Na verdade, não sei.
Suzana puxou mais:
- Mas se a mamãe e papai fossem separados você seria feliz?
- Humm... Pelo menos teria assunto pra conversar com meus colegas.
- E o que seus colegas falam dos pais deles? – Rubem já estava interessando-se pela conversa.
- Ah! Eles dizem que os pais deles brigam por telefone, que a mãe não deixa que o pai leve todo fim de semana, que não deviam dar sorvete quando a gente está com gripe...
- E você acha isso bom, querida? – Suzana também se instigou.
- Não acho nem bom, nem ruim. Só queria ter assunto pra conversar.
- Mas você pode conversar sobre seus pais, que estão juntos, que são felizes... – Rubem aconselhou.
- E vocês são felizes?
- Claro, filhota! Que pergunta! - riu Suzana.
Ao ver o garçom, Rubem cortou o papo:
- Agora vamos jantar que a comida já chegou!
Lili ficou calada durante todo o jantar. Quando terminaram, vendo a garota quieta,
Rubem perguntou:
- O que foi, filha? Está pensando em quê?
- Que só vocês são felizes.
- Que bobagem é essa, filhinha!
- É, mamãe... Infelizmente, meus pais não são separados e eu sou a única diferente na turma.
- Mas, meu amor, isso é bom, muito bom!
- Bom? Por quê?
- Porque sua família é feliz e vivem todos juntos! Não é legal? – Rubem tentou contemporizar
- Ah! Deixa pra lá... Vocês fazem muitas perguntas! Quero um sorvete de chocolate, pode ser?
Quando a sobremesa chegou, Lili soltou outra:
- Garçom, você é casado?
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