Até onde vai a paixão por um time de futebol? Depende de cada apaixonado. A de Jeremias com certeza vai bem longe. Alvirrubro doente, Jerê não vive um dia de sua vida sem pensar no Náutico, sem fazer alguma coisa em prol do Náutico, enfim, sem interagir com o time que parece ser a razão de sua vida. Otília, sua noiva, já o conheceu assim, ferrenho torcedor. Mas o que ela não imaginava - ou não queria enxergar - é que essa devoção de Jeremias pelo Timbu fosse incomodá-la tanto. Como tudo são flores no namoro, claro que Otília não se importava com as esquisitices de Jerê em dia de jogo. Dormia com a camisa do time, pisava no chão primeiro com o pé direito, tomava café com a xícara vermelha e branca e passava o dia todo mentalizando a vitória do Náutico até a hora de ir para o estádio. Ritual que se repete todo dia de jogo. Quando o time ganhava, nem para casa voltava, muito menos ia ver a então namorada. Entregava-se aos prazeres do álcool para comemorar orgulhosamente a vitória. Mas...